A impagável descrição do "processo insônico" de acordo com o filósofo norueguês Jonh Elster
"Primeiro a pessoa tenta esvaziar sua mente, tirar dela todo pensamento perturbador. A intenção é, inicialmente, contraditória e está condenada ao fracasso, pois requer uma concentração mental que é incompatível com a ausência de concentração que se está tentando conseguir. Em segundo lugar, depois de compreender que a coisa não vai funcionar, busca a auto-indução de um estado de pseudo-resignação à insônia; ou seja, age como se estivesse convencida de que o sono está se esquivando dela: pega um livro, toma um aperitivo ou uma bebida, etc. Mas por trás da própria mente gira sempre a idéia de que não se pode enganar a insônia simplesmente a ignorando, e de que fingir uma alegre indiferença para com o sono fará com que este finalmente se apresente. Mas então, em um terceiro estágio, compreende que isso tampouco vai funcionar, e em seguida vem a autêntica resignação, aquela baseada na convicção real, não simulada, de que a noite vai ser longa e inóspita. E nesse momento, finalmente e para a sua felicidade, o sono chega.”
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